Sobre marés (de coisas boas ou ruins)

Sabe quando acontece uma coisa boa e outras mil coisas boas acontecem em seguida? Ou o contrário, quando acontece uma coisa ruim e parece que uma avalanche de coisas ruins chegam depois dessa? O começo do meu ano de 2025 se parecia mais com a segunda frase.

Em novembro de 2024, eu havia me lesionado após participar de uma corrida de 10k e estava com uma dor na lombar que parecia não passar. Eu mal conseguia ficar sentada oito horas por dia para poder trabalhar, parei com todos os meus exercícios e a dor não parecia ir embora. Até que finalmente resolvi ir em um ortopedista e ele me passou uma medicação que, após alguns dias, começou a surtir efeito.

Em dezembro, viajei com os meus pais por, aproximadamente, 20 dias e consegui aproveitar todo o tempo com eles já que eu parecia estar totalmente recuperada e, para tirar a prova, em janeiro voltei com as minhas atividades. A dor voltou rapidamente, fazendo com que eu ficasse extremamente triste e desanimada já que o problema não havia sido resolvido, apenas remediado — literalmente. Eu ficava impaciente pensando o que poderia estar causando o problema e se algum dia eu voltaria a fazer tudo o que eu gostava novamente, sem dor. Já imaginava mil cenários possíveis, hérnia de disco, ter que parar de correr, ter que conviver para sempre com dor… Além disso, eu também estava com muitas dúvidas com relação à maternidade — dúvidas que não existiam ou que não me faziam pensar tanto antes. A chegada de uma década faz isso com nós, mulheres. E o ano mal havia começado.

O ano em que eu iria completar 30 anos, um marco na minha vida, uma nova década. Uma década que já tinha metas e objetivos traçados; uma idade que deveria ser marcada por ser um ano especial, pelo menos para mim. Amo fazer aniversário e acho que a chegada de uma nova década deve ter algo marcante em si e, eu já havia percebido que talvez ela fosse ser marcante, mas por outros motivos.

Marquei uma consulta com outro médico — e aqui devo dizer que totalmente influenciada pelas pessoas que amo e que se importam comigo — e, dessa vez, além de uma medicação, ele também me pediu um exame. Um exame bem completo para verificar se, de fato, havia algum problema oculto. A medicação já fez efeito no primeiro dia e eu parecia estar novinha em folha! Não sentia mais dor, consegui voltar a fazer as minhas atividades normalmente, estava dormindo melhor e, depois de alguns dias, descobri que não havia nenhum problema grave comigo. A minha vida estava voltando ao normal.

Hoje em dia, mais do que nunca, o que eu mais valorizo é ter saúde, para poder cuidar de mim mesma e dos outros. Valorizo demais ter autonomia para fazer o que quero, mas principalmente, o que preciso. Amo ir à academia levantar peso, mas também amo o fato de conseguir carregar as compras pesadas sozinha. Amo correr, mas amo, principalmente, poder caminhar ao lado das pessoas que eu amo.

Agora, consigo ver uma luz no fim do túnel e consigo enxergar tudo de bom que ainda me espera nesse ano de 2025, afinal de contas, estamos só em fevereiro. Mas se alguém me dissesse que isso ia acontecer lá no começo do ano, eu simplesmente não podia acreditar, tinha muita coisa errada acontecendo naquele momento. Ainda bem que as coisas mudam para o bem tão rápido quanto mudam para o mal.

Comentários

Postagens mais visitadas