Sobre o filme "A Verdadeira Dor"
No último final de semana, assisti ao filme "A Verdadeira Dor" com o meu namorado pelo simples fato de gostarmos do Kieran Culkin - Além de um ótimo ator, ele é extremamente carismático, divertido e simplesmente paramos para assistir qualquer entrevista que ele dê.
E, por algum motivo totalmente desconhecido, achávamos que esse seria um filme de comédia e, - adivinhem - não é. Ele fica mais para o lado do drama, porque trata de assuntos bem pesados, como a segunda guerra, holocausto, depressão e tentativa de suicídio, mas consegue fazer isso de uma maneira mais leve, tanto que o filme passa super rápido e nem parece que o assistimos direto por 90 minutos.
Não estou aqui para fazer uma resenha ou explicar sobre a história do filme, mas, basicamente, dois primos que no passado eram muito próximos decidem fazer uma viagem para a Polônia, local onde sua avó nasceu, após a morte da mesma. Nessa viagem, eles vão ser forçados a passar um tempo juntos e a encarar as mudanças que o tempo causou em cada um e na sua dinâmica, resultando na relação que eles tem hoje em dia um com o outro e a maneira como eles enxergam a si mesmos e ao outro.
Assim que o filme terminou, eu fiquei meio sem entender nada, tentando assimilar o que eu tinha acabado de ver. Parecia que eu tinha assistido a 90 minutos que não me levaram a lugar nenhum. Nós simplesmente acompanhamos essa viagem dos primos - um recorte da vida deles - e não parecia que ela tinha causado uma mudança na vida deles como eu esperava que acontecesse. Eles simplesmente se encontraram no aeroporto, viajaram e voltaram para as suas vidas. Parecia que essa viagem e nada tiveram o mesmo peso na relação deles, que é nenhum. Cada um vai seguir com a sua vida do mesmo jeito que estava fazendo antes de se reencontrarem.
Mas, passado um tempo, eu percebi que era exatamente esse o ponto do filme para mim: Ninguém muda de uma hora para a outra e seria muito ingênuo da minha parte acreditar que alguns dias juntos em um outro país fosse fazer com que aquela relação e os problemas se resolvessem magicamente em 90 minutos. A vida não funciona dessa maneira.
As relações que hoje em dia não estão bem não ficaram assim de uma hora para a outra; É uma construção de anos e anos para chegar no ponto em que se encontra atualmente - tanto para bem, quanto para o mal. Um problema que hoje parece não ter mais solução, começou lá atrás, como um incômodo que foi evoluindo ao longo do tempo e que não foi remediado quando era necessário. Um comportamento, um hábito, também funciona dessa maneira - É a sucessão de dias se comportando da mesma forma, fazendo a mesma coisa, que leva a essa consolidação.
Não achei esse o filme mais espetacular do mundo, mas ele me tocou em um lugar que mexe comigo e que me fez pensar se ainda há alguma relação ou comportamento que eu precise curar e como posso encontrar meios de fazer isso - Porque, para mim, acredito ainda haver um tempo de fazer uma mudança significativa.
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